Sonhei que corria até ao infinito, as minhas pernas já estavam a doer, escorregava nas folhas da calçada, folhas caídas, arvores despidas.
Quanto mais corria mais longe ficava daquilo que queria realmente alcançar, será que era um aviso?
Não sei, só sei que as minhas pernas já estavam a fraquejar e o raio do atacador teve que se desapertar numa altura em que parar era perder.
Enquanto corria as pessoas metiam-se à minha frente umas mais aceleradas que outras, mas que raio porque não me deixavam passar!?
Cheguei à minha primeira paragem, o autocarro chegou, ufa que alívio, não aguentava mais mas um curto caminho transformava-se numa longa caminhada, pára e arranca, pessoas que não tinham a minha pressa, pessoas que só criam conversa e se esqueciam de sair, mas que raio, porquê hoje?
Olhei para o relógio, merda já estava na hora saí do autocarro e pus-me a caminhar para uma outra paragem, outra vez merda o autocarro despenteou-me tal era a velocidade começei outra vez a correr a mala pesava-me, o cachecol esvoaçava através do vento e eu cada vez mais aflita das pernas e do nariz pois a constipação teima em não passar...corri o que pude depois abrandem olhei para o relógio e que se lixe vou na próxima!
Afinal não foi um sonho foi pura realdade!